DESCRIÇÃO:
EMBARCAÇÃO
5 K1 Plástico Águas Bravas
• João Laia • José Carlos Damas • Manuel Paulo •
Alexandre Lamaroso • Sérgio Vieira
2 Canoas Híbridas Plástico
• Vieira da Rocha / Maria José Dias • Rui Moleiro /
António Silva
PAGAIA Laminat plástico abs (Todos)
ESCALA : 1:50 000
TEMPO: 4 h 05 min
DS - PONTE DA ISNA – PONTE DE
PALHAIS
3,61 Km (descida) (medição: http://www.igeoe.pt)
1,94 Ml (náuticas) (descida)
Entrada na água 12 h 10 min Saída da água 16 h 15 min
À hora combinada, 09h 30m, saímos de Abrantes; o "Arlitos"
seria o nosso condutor secundário, já que levávamos duas carrinhas. No
Sardoal o Manuel Paulo e a Zé esperavam-nos e aproveitámos todos para
tomar um café, na bomba de gasolina que fica logo à entrada desta
localidade. Às 10h, voltámos à estrada e seguimos em direcção à Sertã,
chegando à Ponte da Isna por volta das 10h 30 m. Desde logo nos
preparámos, retirando todos os apetrechos das viaturas e colocando a
roupa seca no transporte que iria ser colocado por dois de nós no final
do percurso, este ficaria lá, à nossa espera, enquanto o "Arlitos"
regressaria a Abrantes. Finda toda esta "logística", eram cerca de
11:45H, alguns já desesperavam com a espera e a ânsia de ir para a água.
Finalmente tudo está pronto, podemos começar; uma última recomendação
sobre algumas regras de segurança e sobre a forma como o grupo se iria
deslocar durante todo o percurso - navegaríamos à vista uns dos outros o
Alexandre à frente eu próprio à retaguarda, nada de "ultrapassagens", à
mínima "coisa" todos se ajudariam, tanto as minhas recomendações como as
do Alex eram regra. O grupo era bastante heterogéneo, só nós os dois é
que tínhamos experiência em águas bravas (embora um pouco enferrujados,
por ultimamente nos dedicarmos mais à canoagem de competição) e apesar
destas hoje não atingirem um grau elevado de dificuldade, seria de bom
senso haver alguma precaução. As canoas navegariam no interior do grupo,
pois seria mais fácil numa possível entre ajuda.
Doze horas, lá saímos para a nossa aventura. Nos 1ºs
metros a água lisa, logo desembocava num ligeiro degrau que todos
passaram sem problemas, excepto o Sérgio Vieira, que virou. Ainda sem
ter entrado no kayak, logo me apressei no apoio. Depois desta primeira
peripécia juntámo-nos ao resto do grupo que nos aguardava uns metros
mais abaixo. Os "piropos", logo se fizeram sentir por parte dos "animadores"
do costume, e a boa disposição estava instalada. Umas fotos e lá fomos
ribeira abaixo, até à zona da grande garganta cheia de pequenos rápidos.
GRANDE GARGANTA: O grupo foi mandado parar e eu abri
caminho. Passaria um de cada vez, não iríamos arriscar todos juntos.
Todos passaram bem exceptuando o viranço de uma canoa que bastante
trabalho nos deu para tirarmos a água que havia entrado.
2º AÇUDE: o Alex foi o primeiro a sair da zona da
grande garganta indo posicionar-se um pouco a montante do açude, afim de
obrigar todos a sair antes deste. Depois de todos termos chegado tirámos
as embarcações da água e fomos fazer um breve reconhecimento do açude.
Eu e o Alex, aproveitámos para alertar os nossos colegas para os perigos
que por vezes estes "degraus de água" podem conter: a própria força da
água; o enrolamento (retorno, rappel) final que também se pode formar, -
não era o caso -; nunca passarem duas pessoas ao mesmo tempo; se muito
difícil usar um bom sistema de segurança com cordas; estarem sempre
várias pessoas posicionadas e prontas a intervir, ... Findo esta breve
"aula", arrastámos o material para jusante do açude e voltámos à ribeira
uns metros mais abaixo.
A JUSANTE DO AÇUDE, 3º AÇUDE (AMONTOADO DE PEDRAS):
um ligeiro amontoado de pedras faz como que uma espécie de açude, que
todos descemos na maior, mas logo a seguir as águas afunilam e fazem a
primeira corrente de rápidos esta, isenta de qualquer perigo. O
Alexandre abriu caminho como de costume e depois todas as embarcações
passaram uma a uma, tudo correu bem e o pessoal adorou, menos eu que me
distraí um pouco e fui bater na única pedra existente a meio e que
estava muito bem à vista; foi a risada geral e mais uma vez o João foi
ao banho para gáudio de muitos.
"GRANDE RÁPIDO EM S"; logo a seguir, a esta
peripécia e a estes breves momentos de descontracção deslizámos pelas
águas agora calmas, até um grande rápido que se nos afigurava em frente.
Era o maior que havíamos apanhado até agora, a sua configuração em "S"
obrigava a alguns cuidados redobrados, por isso saímos todos e fomos
analisá-lo todos. Eu e o Alexandre mais uma vez aproveitámos para chamar
a atenção para certos pormenores importantes, tais como: a sua
configuração em "S", os dois ligeiros desníveis que existiam e a força
da água que agora apertada ganhava velocidade. Neste local ainda
descobrimos e a meio do rápido uma caverna escavada pela água que
refluía para trás, não implicando esta grande preocupação com este
volume de água. Depois de um breve reconhecimento alguns decidiram passá-lo
por fora, enquanto outros quiseram experimentar a emoção da água. Sendo
assim, e para que todos aqueles que decidiram "arriscar", não tivessem
problemas de maior, os outros ficaram de apoio distribuídos pelo rápido.
A seguir a este local, a ribeira acalmou um pouco e
as movimentações da água eram agora mais suaves, embora os rápidos
existissem em maior número, mas com o Alex a comandar as coisas lá se
iam desenrolando sem problemas de maior. Sempre que uma dificuldade de
maior aparecia o Alex saía do kayak e ficava em pé em cima de uma pedra
para que todos o vissem e abrandassem. Eu fazia agora de vassoura e por
vezes lá tinha que ajudar um ou outro que virava. O Manuel Paulo, foi o
que teve uma dificuldade mais complicada, pois o kayak ficou preso entre
duas pedras e semicheio de água, sendo preciso alguma força para o repor
a flutuar outra vez, - ele já fora da embarcação e eu tivemos que nos
esforçar um bocado para puxar o barco e retirar-lhe a água. O cansaço
começou a apoderar-se do grupo e o final nunca mais chegava. De notar
que o grau de experiência de grande parte dos intervenientes era mais de
águas lisas, o que acresceu e bastante as dificuldades.
4º AÇUDE: pelo meu conhecimento do local e pela
análise da carta militar 1:25 000 - devidamente protegida e preparada
para flutuar em caso de necessidade, deveríamos estar a chegar ao
último açude que contando com o do amontoado de pedras, seria o 4º; mas
talvez pelo cansaço, ele parecia-me um pouco mais longe. Para confirmar
e depois de uma breve conferência com os meus colegas, optei por subir o
monte, confirmando-se as minhas expectativas. O dito açude logo se me
deparou á minha esquerda, ainda ia a meio da "escalada" e lá no cimo -
uma curva e uma recta mais à frente, lá estava o final do percurso: a
bendita ponte que liga Vilar do Ruivo a Palhais. Tirando o apito do
colete atirei três estridentes silvos era o sinal tanto para o rio como
para a Maria José Garcês, a esposa do António que já há algum tempo
esperava por nós no final, mais os filhos.
PONTE DE PALHAIS (O FINAL): todos ansiávamos por
chegar a este ponto, não tanto pelo cansaço apenas, mas porque tínhamos
conseguido fazer algo que muitos não acreditavam a 100% de início. Foi
bom, muito bom mesmo; ... pessoalmente e interiormente sentia-me muito
gratificado comigo mesmo. Cansado, mas bastante tranquilo, foi assim que
me revi em todos os meus companheiros. Tudo correu pelo melhor, zero
acidentes; eu e o Alex tínhamos trazido o pessoal sem problemas e penso
que todos sentíamos o mesmo, todos aprendemos algo neste dia: eu revi e
pus em prática conhecimentos que há muito não exercitava e eles que
nunca haviam "arriscado" tanto, - via-se nas suas caras - estavam
contentes.
DIFICULDADE FINAL: reservo este último item para
realçar o modo como todo o pessoal se inter-ajudou para o arrumo do
material. A enorme subida final em terra não foi problema para que todo
o material utilizado estivesse arrumado num instante.
JANTAR CONVÍVIO: acabámos esta actividade no campo de
tiro em Vila de Rei com um valente "almoço ajantarado", que se iniciou
pelas 18:00H.
QUESTÕES
DE SEGURANÇA
JLaia
07
Março 2007 |