TEMPO
Início: 19:26H
Tempo Total: 02:04:50H
DS
RIO TEJO
(Abrantes) – Rossio ao Sul do Tejo / Barca do Pego
10,97 Km (medição: garmin forerunner 305
- GPS), i.v.
DESCRIÇÃO:
Há algum tempo que a "rapaziada" ansiava
por fazer uma tirada nocturna. Alguns diziam que havia de acabar o verão
e que não tínhamos aproveitado a boa temperatura desta estação para
pagaiarmos de noite. Seria a primeira vez para quase todos,... os
afazeres de cada um nem sempre se conjugaram na época estival e
finalmente marcou-se a data só agora em Outubro. Falei com o Rui Moleiro
para passar a palavra, também com o Lino e o Herlander. Outros foram
convocados para o dia 12 de Outubro de 2012 palas 19:30H na margem sul
do Rio Tejo em Abrantes. O local está bonito de se ver, foi uma obra
grande com alguns contratempos para nós canoístas do Clube Desportivo
"Os Patos", já que muitas vezes o plano de água teve que estar em
baixo e isso afectou a qualidade dos nossos treinos. Mas do mal, o menos
a margem do Rossio ao Sul do Tejo finalmente está arranjada e vale a
pena, pois a sua beleza e elegância valem por todos os sacrifícios...
... por volta das 19:00H lá
foram aparecendo os primeiros, eu e o Rui só um pouco mais tarde pudemos
chegar. Claro está que o nosso pequeno atraso foi logo notado e
devidamente comentado. Depois de tudo pronto tirámos umas fotos no cais
de acesso ao rio e lá partimos. Nos primeiros minutos e ainda entre as
duas pontes, a vista era bonita, pois já neste lusco-fusco da noite que
se avizinhava a passos largos, as luzes das margens e o seu contraste
proporcionaram algumas fotos. Rapidamente a claridade da cidade ficou
para trás e lá fomos progredindo rio acima. Todos levavam luzes, alguns,
autênticas centrais eléctricas, talvez com medo de se perderem ou até de
chocarem com alguma margem. Íamos conversando e a dada altura já ninguém
tinha as "centrais" ligadas, uma vez que já os olhos se haviam habituado
à pouca luz existente. Na curva do Taínho paramos e fazemos uma jangada
para tirar mais umas fotos. Logo a seguir iniciámos outra vez a subida,
desviando-nos para a margem esquerda, a fim de evitarmos a draga
de um areeiro existente no local. O silêncio é quase completo, apenas se
ouvindo o passar das pagaias na água. Sentia-se que o pessoal estava a
saborear o momento e assim foi durante mais algum tempo. Aos três
quilómetros e meio, passamos perto do salgueiro que está no meio do rio
e que nos serve de baliza para a volta dos sete quilómetros. Nesta zona
pela margem esquerda (direcção jusante /
montante) temos que ter algum cuidado para não haver surpresas
desagradáveis nas rochas meias submersas de um antigo lagar há muito em
ruínas e de que agora só restam estas pedras meias enterradas na areia.
Estamos agora a meio de uma grande recta que nos irá levar até à “Barca
do Pego”. Nas margens as luzes de
alarme das quintas, algumas, disparam sentindo o nosso movimento. A
princípio ficamos intrigados por tanto piscar, mas alguém se lembrou de
que ultimamente tem havido alguns roubos de cabos eléctricos que
alimentam os sistemas de rega o que força os agricultores a colocarem
estes alarmes. São cerca de 20:20H e no tempo decorrido fizémos cerca de
5,5 Km metade daquilo a que nos havíamos proposto. Estamos agora na zona
da Barca do Pego junto a uma torre de alta tensão toda em ferro e perto
da pedra que serve de baliza para os 10 km ida e volta para a malta da
competição dos Patos. Proponho mais uma vez juntarmos as embarcações e
entre todos ajudarmo-nos a fim de chegarmos mais fácilmente às câmaras
estanques para retirarmos as sandes que havíamos trazido. Enquanto
devoramos a comida as histórias e anedotas lá vão fluindo e fazem-se
mais “experiências” com as luzes fixas ou não nos kayakes. A noite está
calma, uma ligeira brisa, muito ligeira faz-se sentir rio acima, a
temperatura embora não seja a típica de uma noite de verão está também
dentro da razoabilidade e ali vamos ficando mais um pouco de tempo. O
rio está todo ele uniforme embora o caudal seja pouco e a corrente quase
não se fazendo sentir lá nos foi empurrando um bom par de metros
enquanto estávamos parados no abastecimento dos estomagos. Por opção
resolvemos não progredir mais, a zona daqui para montante está pejada de
pedras, embora seja bem conhecida por alguns de nós que todos os dias
treinamos competição pelo CD “Os Patos”, será um pouco totoloto
continuarmos sem que encontremos alguma pedra pelo caminho.
Agora estamos no sentido
inverso, i.e., estamos de regresso a corrente está a favor embora o
vento esteja contra e a fazer baixar um pouco a temperatura, todos
estamos bem e quentinhos e isso nota-se pelos comentários e “piropos”
que alguns vão mandando. A cidade de Abrantes, como pano de fundo com
todas as suas luzes parece um presépio. Ao longe volta a desenhar-se a
forma da draga e os avisos de quem se adiantou vão passando de boca em
boca. Para além da draga, temos ainda que ter cuidado com os diversos
cabos que a seguram e mais todos os seus acessórios, uma enorme tubagem
sustentada por flutuadores que por vezes quase atravessam o rio por
completo. Mais uma vez estamos já debaixo da ponte ferróviária e
proponho ao Rui ir ainda dar a volta pela ponte rodoviária, enquanto
outros já mais “cansados” optam logo por direccionar a sua embarcação
para o cais de embarque, emoldurado pela luminosidade da enorme tenda
que o áquapolis nos trouxe para a margem sul do Tejo, dando um norme
toque de classe a esta margem do Rosssio ao Sul do Tejo.
JLaia
12 Outubro 201 |